statement

I am drawn to the pieces of our lives — traces, remnants, impressions — and to the ways we make sense of them through a constant process of arrangement and revision.

As a painter and mixed media artist, I use the language of fragment. What emerges is a re-imagining — a shifting architecture of memory and intuition, and the quiet negotiation of belonging.

My architectural training has attuned me to how structure holds both strength and fragility, and how space remembers; as an immigrant, I am familiar with separation, absence, and adjustment.  Between these sensibilities — building and displacing — gathered pieces become carriers of memory, identity, and resilience, each one a small act of resistance against forgetting and a means for reinvention.

I view my practice as a way of thinking — a poetics of assembly of different pieces of our lives. It allows for multiplicity and moments of unpredictability where image and material drift between what they were and what they are becoming. I am conscious of edges — the seams, gaps and overlaps where meanings blur, where brokenness begins to cohere.

In my work, architecture, nature, and the quotidian come together as collective themes that mirror the disparate yet inherently codependent quality of lived experience, suggesting that what is fractured can be regenerated, and that beauty, insight, and belonging often emerge from the pieces we carry.

Elizabeth Casqueiro

declaração

Sinto-me atraída pelos pedaços das nossas vidas – vestígios, resquícios e elementos esquecidos – e pela maneira como lhes damos sentido através de um processo constante de recombinação.

Como pintora e artista de multi-mídia, utilizo a linguagem do fragmento: cortar, sobrepor, rasgar, apagar, sugerir, reposicionar, combinar. O que surge é uma re-imaginação – uma arquitetura mutável de memória e intuição, e a negociação silenciosa do pertencer.

A minha educação em arquitetura ensinou-me a estar atenta à força e fragilidade da estrutura, e à forma como o espaço recorda; como imigrante, conheço bem a separação, a ausência, e a adaptação. Entre estas duas sensibilidades - construção e deslocamento - os pedaços colecionados tornam-se em portadores de memória, identidade e resiliência, cada um um pequeno ato de resistência contra o esquecimento e um meio de reinvenção.

Considero a minha prática artística como uma forma de pensar — uma poética de montagem de diferentes elementos das nossas vidas. Ela permite a multiplicidade e momentos de imprevisibilidade onde a imagem e o material flutuam entre o que eram e o que virão a ser. Tenho consciência das fronteiras - as costuras, as lacunas e as sobreposições onde os significados se confundem, onde a fragmentação começa a ganhar coerência.

Arquitetura, natureza e o cotidiano são temas coletivos que espelham a essência díspar, porêm intrinsecamente co-dependente, da experiência vivida, sugerindo que o fragmentado pode ser regenerado, e que a beleza, a perspicácia e o pertencimento muitas vezes emergem dos pedaços que carregamos.

Elizabeth Casqueiro